Emater atende mais de 650 indígenas em todo o Pará com estratégias de valorização das tradições e difusão tecnológica

Emater atende mais de 650 indígenas em todo o Pará com estratégias de valorização das tradições e difusão tecnológica

Fonte: Agência Pará

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) tem atendido regularmente e de modo direto mais de 650 indígenas de diversas etnias, provenientes de mais de cem aldeias em todo o Pará. A instituição utiliza estratégias de valorização das tradições, difusão tecnológica, segurança alimentar e preservação ambiental, como consta nos últimos relatórios anuais e no planejamento gerenciados pelo Núcleo de Estudo e Avaliação (Nea) da instituição.

As regiões do Tapajós e Baixo Amazonas são destaques, com nação munduruku em Jacareacanga e o povo kayapó em Novo Progresso, e povos Apiacá, Borari, Tupaiú e Tupinambá em Santarém, e povo wai-wai em Belterra e Oriximiná. Além disso, as aldeias paraenses têm história com artesanato, extrativismo de açaí, pesca artesanal e plantio de arroz, frutas, mandioca, milho e hortaliças, e algumas outras atividades são o cultivo de guaraná e a criação de animais.

O escritório local da Emater em Jacareacanga é uma forte parceira da comunidade, ajudando a melhorar a produção e a sustentar os membros da comunidade. Além disso, o técnico em agropecuária Júlio Albuquerque, do escritório local da Emater em Inhangapi, na região do Guamá, é um especialista no atendimento a indígenas. O trabalho da Emater com populações tradicionais é importante porque abre caminhos para as políticas públicas a que eles têm direito, como a emissão de Declarações de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf, as DAPs, para que os produtores tenham acesso ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e ao programa de compra por doação simultânea do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA, atual Alimenta Brasil).

O apoio da Emater também facilita o acesso a outras políticas, como crédito rural, orienta sobre questões ambientais e propõe a integração de tecnologias avançadas no contexto dos saberes ancestrais, para garantir a subsistência e a comercialização do excedente. Indígenas considerados em situação de vulnerabilidade têm aplicado recursos não-reembolsáveis para reestruturar seus meios de produção, e experiências bem-sucedidas têm sido observadas com merenda escolar e produtos orgânicos.

Para o presidente da Emater, Joniel Abreu, que é doutorando em povos indígenas, a consideração da diversidade cultural das populações tradicionais, no contexto da complexidade geográfica da Amazônia, é um compromisso do Governo do Estado para promover e executar políticas públicas. A questão étnico-racial nos serviços de ATER [assistência técnica e extensão rural] evidencia a realidade amazônica, com espaços de aprendizagem aos extensionistas, visto que desenvolvem suas atribuições mediando valores culturais de cada povo e ressignificando conceitos do ‘meio ambiente’.

(Fonte: Agência Pará)