O Pará é o único estado da Amazônia Legal a apresentar uma redução no desmatamento, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em fevereiro de 2023, as áreas sob alertas de desmatamento na Amazônia totalizaram 322 km², um aumento de 62% em relação ao mesmo período do ano anterior, exceto no Pará, onde houve uma queda de 6% no desmatamento. Durante os dois primeiros meses deste ano, a queda no desmatamento no estado foi ainda mais significativa, chegando a 33%.
Embora a grande cobertura de nuvens, comum nesta época chuvosa na Amazônia, possa ter dificultado a visualização de novas áreas desmatadas pelos satélites, o reforço das ações de fiscalização influenciou na redução do desmatamento. No mês passado, o governo do Pará decretou estado de emergência ambiental em 15 municípios que concentram 75% do desmatamento e incêndios florestais no estado. Entre as ações está a Operação Curupira, que instalou bases fixas em municípios do sudoeste do estado. Em um mês, a operação apreendeu máquinas usadas na extração ilegal de minério, embargou cinco garimpos e mais de mil hectares de áreas desmatadas ilegalmente.
Apesar da redução do desmatamento no início deste ano, o desafio ainda é grande. Desde 2006, o Pará é o estado onde há mais desmatamento na Amazônia, de acordo com as taxas anuais do Inpe. Para reduzir a devastação da floresta, o estímulo à produção sustentável é fundamental, segundo o secretário do Meio Ambiente do Pará, Mauro Ó de Almeida. O estado está em fase de implementação do plano estadual de bioeconomia, do programa território sustentável e de assistência técnica rural, além de abrir crédito para pequenos produtores. O Observatório do Clima afirma que projetos de geração de renda com a floresta em pé são essenciais para zerar o desmatamento ilegal.
Para alcançar resultados ainda melhores, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará pretende trabalhar em coordenação com o governo federal para manter esses níveis de diminuição de desmatamento no estado. “Vamos criar um grupo de trabalho entre a Secretaria de Meio Ambiente do Pará, o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama para tratarmos de fiscalização”, disse o secretário Mauro Ó de Almeida.
(Redação Impulso Notícias, Fonte JN)
