O Brasil alcançou um marco histórico no comércio internacional de carnes: a unidade da JBS em Mozarlândia (GO) foi a primeira planta frigorífica do país habilitada para exportar carne bovina ao Vietnã. O anúncio foi feito pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, marcando um avanço significativo na relação comercial entre os dois países.
A permissão para exportação chega após apenas três meses da abertura do mercado vietnamita para a proteína bovina brasileira, resultado de um acordo firmado em março deste ano durante a visita oficial do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Vietnã. O acordo abriu acesso a um mercado estimado em aproximadamente 300 mil toneladas anuais de carne bovina, consolidando o país asiático como um destino estratégico para o setor.
Esforço conjunto garante habilitação
A abertura deste mercado reflete meses de trabalho coordenado entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o setor privado e representantes da cadeia produtiva nacional. Segundo Roberto Perosa, presidente da Abiec, a habilitação da planta de Mozarlândia representa o início de um novo capítulo para a carne bovina brasileira no Sudeste Asiático.
“A habilitação da primeira planta frigorífica brasileira para o Vietnã consolida um esforço conjunto entre o Mapa, o setor privado, os associados da Abiec e toda a cadeia produtiva da carne bovina. Foram meses de diálogo técnico, visitas ao país e construção de confiança. O Vietnã surge como um mercado estratégico dentro da nossa política de diversificação de destinos para a carne brasileira”, declarou Perosa.
Além da planta goiana, outras 34 unidades frigoríficas brasileiras aguardam aprovação do Governo vietnamita para iniciar exportações de carne bovina. Essa expansão projetada reforça a expectativa de que o Vietnã se torne um ponto importante na diversificação do mercado internacional do Brasil.
Comércio bilateral em ascensão
A relação comercial entre Brasil e Vietnã já vinha apresentando números positivos antes da abertura do mercado de carne bovina. Em 2024, o comércio entre os dois países alcançou um recorde de US$ 7,7 bilhões, com um saldo positivo de US$ 405 milhões para o Brasil. Entre os principais produtos exportados por brasileiros para o Vietnã estão soja, algodão, carne suína e carne de frango.
Agora, a expectativa é que os cortes de carne bovina também entrem na lista de principais itens exportados, ampliando os laços comerciais e fortalecendo a presença brasileira em um mercado que vem se consolidando como importante comprador global no segmento de proteínas de origem animal.
Vietnã: um mercado estratégico para o Brasil
Com uma população de 100 milhões de habitantes e uma crescente demanda por proteína animal, o Vietnã desponta como uma oportunidade estratégica para o Brasil diversificar seus mercados e reduzir a dependência de exportações para países já consolidados, como China e Estados Unidos.
O interesse do mercado vietnamita por alimentos de alta qualidade é visto como uma oportunidade para o Brasil mostrar sua competitividade e fortalecer sua reputação como fornecedor confiável de carne. Além disso, ao investir na diversificação de destinos, o setor de carne bovina brasileira se torna mais resiliente a variações de demanda ou restrições comerciais em mercados já tradicionais.
Expectativas para o futuro
Com o início das exportações para o Vietnã, o Brasil reafirma sua posição como um dos principais players no mercado global de carne bovina. A habilitação da unidade da JBS em Mozarlândia é apenas o ponto de partida para a ampliação da presença brasileira nesse promissor mercado asiático.
A Abiec e o Mapa seguem empenhados na aprovação de outras plantas frigoríficas brasileiras, ampliando a participação nacional no mercado vietnamita e fortalecendo o setor como um dos maiores geradores de divisas para a economia brasileira. Para a cadeia produtiva da carne bovina, o Vietnã representa não apenas a abertura de novas fronteiras para exportação, mas também a consolidação do Brasil como líder global no setor de proteína animal.
Fonte: Agro Estadão
