O Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica do Estado do Pará (PCEPA) alcançou um marco significativo ao realizar 933 coletas de DNA em custodiados de unidades prisionais em 9 municípios do estado nos primeiros meses deste semestre. O trabalho faz parte de uma ação integrada com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), por meio da Diretoria de Assistência Biopsicossocial (DAB), com o objetivo de alimentar o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG).
Ampliação das coletas em municípios estratégicos
A coleta de DNA teve início em abril deste ano, com equipes de peritos criminais mobilizadas para realizar o trabalho técnico em unidades prisionais de Santa Izabel, Mocajuba, Paragominas, Abaetetuba, Tucuruí, Redenção, Parauapebas, Cametá e Breves. Segundo a gerente do Laboratório de Genética Forense e administradora do Banco de Perfis Genéticos no Pará, Elzemar Rodrigues, o avanço das coletas demonstra um significativo progresso no cumprimento das metas estabelecidas.

“A meta anual repassada pelo BNPG é de mil coletas. O fato de termos chegado muito próximo desse número em apenas alguns meses é um reflexo do intenso trabalho integrado que estamos realizando”, destacou Elzemar.
Atualmente, o estado já possui 10.615 cadastros inseridos no Banco Nacional de Dados de Coleta de Material Genético, acumulados ao longo dos últimos 10 anos.
Importância estratégica do banco de dados genéticos
O Banco Nacional de Perfis Genéticos é um instrumento essencial para a elucidação de crimes em todo o país, através da comparação de DNA coletado de pessoas privadas de liberdade com vestígios genéticos encontrados em cenas de crimes. Segundo o relatório mais recente da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, de maio de 2025, o sistema já registrou mais de 10 mil coincidências genéticas, fortalecendo as investigações criminais.

Além de identificar suspeitos, o procedimento também tem efeito preventivo contra novos crimes. “O fato dos custodiados saberem que seus perfis estão armazenados cria um receio de cometer novos delitos, sabendo que serão facilmente identificados”, explicou a gerente do laboratório.
Como funciona a coleta de material genético
A coleta é feita de forma simples e eficiente, utilizando a técnica de swab bucal. Com o auxílio de uma haste com material absorvente, é feita a extração de saliva da parte interna da boca do custodiado. Após o procedimento, os dados genéticos são analisados detalhadamente pelos peritos criminais e inseridos no BNPG. Esses dados são então acessíveis para buscas nacionais, internacionais e consultas pela Interpol, com o objetivo de solucionar crimes em tempo ágil.
Promovendo segurança e redução da criminalidade
O diretor-geral da PCEPA, perito criminal Celso Mascarenhas, destacou a importância do trabalho realizado no Pará como parte de um esforço coordenado para combater a criminalidade. “Ter um banco de dados tão completo significa que podemos, a qualquer momento, comparar material genético com vestígios de outras cenas de crime. Isso nos dá um arsenal valioso de informações e ajuda diretamente na redução dos índices de criminalidade no estado e em todo o Brasil”, afirmou.
Impacto nacional e internacional
O trabalho realizado no Pará reforça a contribuição do estado no fortalecimento de ferramentas nacionais de investigação e prevenção de crimes. A integração com bancos de perfis genéticos de outros estados e países fortalece ainda mais a capacidade do sistema penal brasileiro em responder de forma eficaz a casos criminais.
Com quase mil coletas realizadas em um curto período de tempo, o Pará se destaca no cenário nacional como um exemplo de eficiência e dedicação à segurança pública e à justiça, protegendo tanto a sociedade local quanto contribuindo para ações investigativas de alcance global.
Aos poucos, o cruzamento de informações genéticas entre estados e países aponta para um futuro em que a ciência e a tecnologia tornam-se ainda mais indispensáveis para o combate à criminalidade.
Fonte: Agência Pará