Os paraenses vão sentir um impacto no bolso a partir desta quinta-feira (7), quando entra em vigor o reajuste tarifário da energia elétrica no estado. A medida, aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), aumenta em média 3,74% as tarifas cobradas pela Equatorial Pará, empresa responsável pela distribuição de energia no estado. O ajuste atinge cerca de 3 milhões de unidades consumidoras, com variações nos percentuais de acordo com o perfil de consumo.
Segundo dados divulgados pela Aneel, os consumidores passarão a pagar taxas diferenciadas:
– Baixa Tensão (residências, pequenos comércios): aumento médio de 3,57%. |
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- Alta Tensão (indústrias e grandes estabelecimentos): reajuste de 4,50%.
O reajuste, como ocorre anualmente, leva em conta fatores como custos de operação, manutenção e encargos setoriais. De acordo com a Aneel, no caso específico do Pará, o aumento foi impulsionado por custos não gerenciáveis, como tributos, encargos de transmissão e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que financia projetos do setor elétrico e representa uma parcela expressiva da fatura.
Impacto no consumidor e ação do Concepa
Para o defensor público Cássio Bitar, presidente do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica do Pará (Concepa), o reajuste trará impactos significativos para todos os grupos de consumidores. Ele destacou que o grupo acompanha de perto os processos de reajuste e revisão tarifária em parceria com a equipe técnica da Aneel.
“Embora esse reajuste seja inevitável devido aos custos setoriais, nós seguimos trabalhando na defesa dos interesses dos consumidores, tanto residenciais quanto das indústrias e grandes comércios. A estrutura do setor elétrico exige mudanças que precisam ser discutidas em âmbito nacional,” destacou Bitar.
Como parte desse trabalho, o Concepa tem apoiado propostas que buscam tornar o setor elétrico mais eficiente e reduzir os custos para os consumidores. Uma das iniciativas em debate trata da revisão das taxas de compensação pelo uso de recursos hídricos das hidrelétricas de Belo Monte e Tucuruí, que desempenham um papel estratégico na geração de energia no estado do Pará.
Um panorama do impacto
O aumento da tarifa de energia chega em um momento delicado, marcado pela alta nos preços de itens essenciais e dificuldades econômicas enfrentadas pela população. A elevação no custo da energia elétrica é especialmente preocupante para indústrias e grandes comércios, que terão um reajuste ainda maior (4,50%), o que pode refletir, de forma indireta, em mais aumentos nos preços de produtos e serviços.
Por outro lado, as residências e os pequenos comércios sentirão um impacto menor, mas ainda significativo no orçamento, especialmente para famílias de baixa renda, que já convivem com tarifas elevadas.
Reestruturação do setor elétrico em pauta
O setor elétrico brasileiro, historicamente impactado por encargos setoriais que pesam na conta de luz, tem sido alvo de discussões sobre soluções que aliviem os custos para os usuários. Entre as alternativas debatidas estão:
– A revisão de tributos e encargos que compõem a tarifa. |
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- A melhoria no uso de fontes de energia renováveis mais baratas.
- A reestruturação do modelo de cobrança da CDE, cujas receitas são utilizadas para financiar subsídios no setor elétrico.
O Concepa reforça a importância de envolver a sociedade e os representantes políticos em soluções de longo prazo para evitar que os reajustes anuais continuem a pressionar o orçamento das famílias e a competitividade das empresas.
Conclusão
Com o aumento das tarifas a partir de quinta-feira, a conta de luz no Pará reforça o cenário de preocupação com os altos custos de energia no país. O reajuste médio de 3,74% revela a necessidade de uma reavaliação no setor elétrico que possa equilibrar os custos dos serviços versus os encargos incidentes sobre o consumo. Enquanto isso, órgãos como o Concepa lutam por mudanças estruturais que tornem o sistema mais acessível para a população e sustentável para o futuro.
Fonte: G1 Pará