Os prazos para quitação de empréstimos rurais sofreram alterações significativas com o novo pacote de resoluções do Plano Safra 2025/2026, aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta segunda-feira, 30. As mudanças afetam diversas modalidades de financiamento, como operações de custeio, investimento, comercialização e industrialização, refletindo os ajustes promovidos pelo governo federal para tornar o programa mais eficiente e alinhado às demandas do setor agropecuário.
Redução de prazos no crédito de custeio
No crédito rural voltado ao custeio com recursos controlados, o prazo máximo para quitação foi reduzido de 12 meses para 11. A regra, no entanto, não se aplica a determinadas culturas específicas, que continuam com prazos diferenciados:
– Açafrão e palmito: até 36 meses. |
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- Culturas bienais e manejo florestal sustentável: até 24 meses.
- Culturas permanentes: até 14 meses.
- Cafeicultura e fruticultura: até 20 meses (novo, anteriormente seguiam outras regras).
Com isso, o setor agropecuário terá de ajustar o planejamento financeiro para adequar-se às novas condições impostas pelo Plano Safra.
Pecuária rural também tem alterações
O setor pecuário é um dos que mais sofreram mudanças em relação aos prazos para quitação de financiamentos de custeio. As alterações incluem:
– Aquisição de bovinos e bubalinos para engorda em confinamento: prazo de 6 meses, mantido o mesmo da safra anterior. |
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- Aquisição de bovinos e bubalinos para recria em regime extensivo: novo prazo de até 12 meses.
- Aquisição de bovinos e bubalinos para engorda em regime extensivo: novo prazo de até 8 meses.
- Aquisição de bovinos e bubalinos para recria e engorda em regime extensivo: novo prazo de 20 meses (reduzido de dois anos).
- Avicultura caipira de postura: novo prazo de até 20 meses.
- Demais operações pecuárias: prazo reduzido de 12 meses para 10 meses.
Nas atividades com ciclos produtivos menos definidos, como olericultura, horticultura, avicultura de corte e suinocultura, o prazo permanece em até 12 meses, mas caberá às instituições financeiras avaliar cada situação e definir as condições, garantindo a fiscalização adequada de cada operação.
Investimentos sofrem ajustes no tempo de pagamento
Os créditos voltados ao financiamento de investimentos fixos e semifixos também tiveram prazos de quitação reduzidos, o que implica maior atenção por parte dos produtores ao planejamento financeiro. Para investimentos fixos, como máquinas e equipamentos, o período caiu de 12 anos para 8 anos (96 meses). Já os financiamentos para investimentos do tipo semifixo passaram de 6 anos para 5 anos (60 meses). É importante ressaltar que os novos prazos já incluem períodos de carência.
Equilíbrio entre ajuste fiscal e apoio ao setor
As medidas tomadas pelo governo refletem um esforço para manter o equilíbrio financeiro do Plano Safra, permitindo a continuidade do apoio ao setor agropecuário enquanto se observa maior rigor nos prazos. Especialistas avaliam que a redução das condições de pagamento pode representar um desafio adicional para os produtores rurais, especialmente pequenos agricultores que dependem de financiamentos como parte crucial de suas operações.
Ainda assim, o acesso ao crédito seguirá sendo uma ferramenta essencial para o desenvolvimento do setor, que é estratégico para a economia brasileira. As novas regras devem incentivar maior planejamento e eficiência nas atividades rurais, promovendo não apenas o crescimento, mas também uma visão mais estruturada e sustentável do agronegócio nacional.
Importância do acompanhamento financeiro
Com as mudanças implementadas, os produtores devem buscar orientações especializadas para melhores decisões quanto ao financiamento e gestão do crédito. O acompanhamento detalhado por parte das instituições financeiras e cooperativas será essencial para garantir que as condições de financiamento estejam alinhadas às especificidades de cada ciclo produtivo. Assim, o Plano Safra 2025/2026 almeja não apenas atender aos desafios da produção agropecuária, mas também fortalecer a sustentabilidade econômica do campo.
Fonte: Agro Estadão