As cotações da arroba de boi gordo seguem em um cenário de estabilidade, mas com leves recuos, impulsionados principalmente pelo início das ofertas de confinamento. De acordo com levantamentos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no estado de São Paulo, os preços para negociações variam entre R$ 310,00 e R$ 315,00, sendo registradas operações pontuais de até R$ 305,00.
O comportamento atual do mercado reflete a maior oferta de animais para abate, o que tem gerado escalas mais alongadas nos frigoríficos, oferecendo maior segurança aos compradores. “Com isso, muitos têm testado preços mais baixos, enquanto os pecuaristas seguem negociando apenas pequenos lotes no mercado spot, o que mantém a liquidez relativamente baixa”, explicam os pesquisadores do Cepea.
Perda de Força no Atacado
O mercado de carne no atacado também enfrenta desafios. Ao final de junho, as vendas desaceleraram, e os preços apresentaram leves quedas. A carcaça casada bovina, por exemplo, voltou a ser negociada abaixo de R$ 22,00 por quilo à vista, o que representa um retorno aos níveis registrados na metade do mês.
O enfraquecimento no atacado pode estar relacionado a uma combinação de fatores, incluindo a retração na demanda interna e o maior volume de oferta oriundo das vendas de confinamento, o que pressiona ainda mais os valores.
Expectativa dos Produtores
Embora o cenário atual seja desafiador para os pecuaristas, especialistas indicam que o mercado deve se ajustar conforme novas demandas surjam e as vendas no atacado retomem força. No curto prazo, porém, a tendência é que compradores continuem testando preços menores, aproveitando a maior oferta de animais para abate.
Em um ambiente de instabilidade econômica, o ideal para os produtores é manter avaliações constantes sobre custos e margens de lucro, além de identificar os melhores momentos para negociar, evitando distorções significativas nos preços.
Essa dinâmica reforça a importância de acompanhar o mercado de perto, especialmente em períodos de maior oferta, como o atual, para minimizar possíveis perdas financeiras. Por ora, o cenário exige cautela e planejamento estratégico entre produtores e frigoríficos para uma retomada equilibrada das negociações.
Fonte: Agro Estadão
