A construção da aguardada ponte sobre o rio Araguaia, que conecta Tocantins e Pará na BR-153, está autorizada a ser retomada após decisão favorável do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). A determinação, acatada nessa semana, veio após forte mobilização da Advocacia-Geral da União (AGU) e põe fim, ao menos por ora, ao impasse judicial que há meses travava a conclusão da obra, vista como essencial para o escoamento da produção agropecuária da região.
Com 1,7 quilômetro de extensão e faixa dupla para tráfego, acostamento e calçadas, a nova estrutura promete substituir a precária e demorada travessia por balsas, que ainda é o meio de passagem entre os municípios de Xambioá (TO) e São Geraldo do Araguaia (PA). A ponte está 95% concluída, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), restando apenas a conclusão dos acessos rodoviários para que seja plenamente funcional.
Logística Integrada e Benefícios para a Competitividade
Além de facilitar o fluxo de gado e soja, principais produtos agrícolas da rota, o empreendimento vai integrar os modais da ferrovia Norte-Sul e da hidrovia Tocantins-Araguaia. Assim, deverá reduzir custos logísticos e o tempo de viagem, beneficiando diretamente a chamada fronteira agrícola do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que desponta como um dos principais polos de crescimento do agronegócio brasileiro.

A decisão judicial destaca os riscos de manter a obra paralisada: prejuízos à eficiência operacional na malha rodoviária, aumento dos custos do transporte e até ameaça à segurança dos usuários. O próprio TRF1 ressaltou o impacto financeiro do adiamento, estimando que atrasos poderiam elevar em até R$ 130 milhões o custo final do projeto, por conta do deslocamento das obras para períodos chuvosos e outros imprevistos.
Disputas e Histórico de Atrasos
O projeto, que faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), enfrentou uma série de entraves burocráticos e judiciais desde que foi anunciado, em 2017. Inicialmente previsto para ser entregue em 2021, o cronograma sofreu sucessivos atrasos. Um dos principais impeditivos foi uma disputa judicial movida pela construtora OAS, excluída da fase de habilitação da licitação. A paralisação havia sido embargada por tutela cautelar favorável à empresa, só revertida agora com a recente decisão do TRF1.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a autorização possibilita a retomada da licitação para os acessos, uma etapa igualmente crucial para a liberação e operação plena da ponte. O DNIT, responsável pelo empreendimento, ainda não estima a data exata de entrega dos acessos, mas mantém a previsão de conclusão geral para o segundo semestre de 2025.
Investimento Turbinado e Perspectivas
O orçamento do projeto também mudou ao longo dos anos. Quando anunciado no governo Temer, a obra estava prevista em R132milho~es.Aolongodosanos,comajusteseacreˊscimoscontratuais,osvalorestotaisdevemsuperarR 232,8 milhões, considerando a ponte e os acessos.
Para o setor do agronegócio, a finalização da ponte representa a superação de um gargalo histórico na infraestrutura logística do país, com potencial para impulsionar ainda mais a competitividade dos produtos brasileiros no cenário internacional.
Resumo:
A autorização judicial para a retomada das obras da ponte sobre o rio Araguaia coloca fim a um longo episódio de disputas judiciais e abre caminho para uma nova etapa no escoamento da produção agropecuária entre Tocantins e Pará. A expectativa é que a obra, considerada fundamental para a logística do Matopiba, esteja totalmente operacional até o fim de 2025, projetando impacto positivo no desenvolvimento da região e no agronegócio nacional.
Fonte: A Notícia Portal.