Com quase 25 anos de atuação, o Núcleo de Crimes Ambientais (NCA) da Polícia Científica do Pará (PCEPA) reafirma seu papel estratégico no combate a danos ambientais no estado. Criado para produzir provas técnicas que auxiliem investigações, a atuação do núcleo é essencial para responsabilizar criminosos e proteger a vasta biodiversidade da região amazônica.
Composto por 14 peritos criminais especializados em áreas ligadas ao meio ambiente, como engenharia agronômica, química, veterinária, geologia e florestal, o NCA elabora laudos técnicos que subsidiam operações policiais e processos judiciais. Atuando em parceria com outros órgãos públicos, o núcleo abrange crimes que afetam diretamente a fauna, flora, recursos hídricos, solo e áreas protegidas.
“O trabalho da perícia ambiental é materializar provas por meio de análises técnicas, contribuindo para o fortalecimento das investigações e das políticas públicas de preservação ambiental”, destacou o perito criminal Celso Mascarenhas, diretor-geral da PCEPA.
Atuação técnica e regional
Embora esteja sediado na Região Metropolitana de Belém (RMB), o NCA estende sua atuação a todo o estado, contando com apoio de peritos técnicos em localidades do interior para atender demandas específicas. Segundo o gerente do núcleo, perito Enaldo Ferreira, cada caso exige profissionais com expertise diversa, conforme a natureza do crime ambiental analisado.

Entre os principais crimes investigados, maus-tratos a animais lideram os atendimentos, seguidos por casos de desmatamento e extração ilegal de madeira. Em foros específicos, médicos veterinários do núcleo trabalham de maneira integrada com a Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), ligado à Polícia Civil, para responder de forma ágil a denúncias.
Operações Amazônia Viva e Curupira
O NCA desempenha um papel de destaque em operações articuladas no estado, como a Amazônia Viva e a Curupira, promovidas em parceria com o Sistema Estadual de Segurança Pública (Sieds) e a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).

- Amazônia Viva: Atualmente na sua 56ª fase, a operação é planejada em resposta a alertas de desmatamento, com ações de fiscalização em locais devastados.
- Curupira: O foco é o combate a crimes ambientais em Áreas de Proteção Ambiental (APAs), com equipes fixas em municípios como São Félix do Xingu, Novo Progresso e Uruará.
As operações frequentemente incluem a análise de desmatamento e queimadas ilegais, medição de madeira apreendida e identificação de práticas ilegais relacionadas à mineração e comércio de recursos naturais.
Tecnologia e inovação no trabalho pericial
A precisão e a eficácia do núcleo são reforçadas pelo uso de tecnologias avançadas, como drones, softwares de análise forense e imagens de satélite. A parceria com o programa RedeMais, promovido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em colaboração com a Polícia Federal, fornece acesso a imagens de alta resolução. Esse recurso permite identificar padrões de degradação ambiental, medir áreas impactadas e acompanhar mudanças ao longo do tempo, aspectos essenciais para embasar laudos periciais com imparcialidade e detalhes técnicos.

“O acesso a imagens de satélite é crucial, pois possibilita monitorar áreas críticas e quantificar os danos com exatidão, o que fortalece as investigações e a responsabilização dos infratores”, explicou o gerente Enaldo Ferreira. Recentemente, dois peritos do núcleo compartilharam estudos de caso no 3º Encontro Nacional de Usuários da RedeMais, realizado em Brasília, consolidando o Pará como um exemplo na utilização de tecnologia para a perícia ambiental.
Preservação da Amazônia como prioridade
Com o aumento dos crimes ambientais, especialmente em estados que abrangem grandes áreas da Amazônia, o trabalho da perícia ambiental transcende a questão técnica, servindo como um pilar para a sustentabilidade e a formulação de políticas públicas.
“A Polícia Científica representa o braço técnico e especializado no combate aos crimes ambientais, assegurando que danos à Amazônia sejam investigados com rigor técnico. Nosso trabalho não apenas responsabiliza infratores, mas também apoia as estratégias de preservação ambiental do estado”, concluiu Celso Mascarenhas.
Com operações integradas e o apoio de tecnologias de ponta, o núcleo reforça o compromisso do Pará em proteger seus recursos naturais e combater ações criminosas que ameaçam o equilíbrio ambiental.
Fonte: Agência Pará.