O Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), avança no desenvolvimento do Projeto Realiza Pará, uma iniciativa estratégica que alia a promoção de práticas sustentáveis à proteção dos ecossistemas florestais do estado. O projeto, que começou a ser concebido em 2019, se apoia na experiência das negociações intergovernamentais Brasil-Alemanha e fortalece o combate ao desmatamento, a regulação ambiental e o estímulo à bioeconomia.
Com um investimento de 13 milhões de euros, provenientes de uma cooperação financeira entre os governos da Alemanha e do Brasil, via Banco de Desenvolvimento Alemão (KFW), o projeto procura consolidar uma economia baseada na floresta e nas Soluções Baseadas na Natureza (SBN). Nesse contexto, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) atua como executora técnica do programa, colaborando diretamente nas práticas que promovem a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico.
Segundo Camille Bemerguy, secretária adjunta de Bioeconomia da Semas, o Realiza Pará combina inovação e impacto. “O Programa Floresta em Pé, que deu origem a esta parceria, permitiu o fortalecimento de políticas públicas e a criação de soluções duráveis e de larga escala para o desenvolvimento sustentável do estado. Com base na floresta, queremos atacar o desmatamento, regularizar a questão ambiental e consolidar a bioeconomia como motor econômico”, disse.
Três eixos de atuação e objetivos ousados
Com uma meta primordial de reduzir em 20% o desmatamento até 2026, o Projeto Realiza Pará é estruturado em três eixos principais:
| 1. Combate ao desmatamento e regulação ambiental; |
|---|
- Promoção da bioeconomia baseada na floresta;
- Coordenação e governança para implementação de políticas públicas sustentáveis.
A iniciativa visa não apenas proteger a floresta, mas também transformar a base econômica da Amazônia em uma plataforma sustentável de geração de renda para as comunidades locais, promovendo a exploração responsável dos recursos naturais e incentivando a biodiversidade.
Rota Turística da Bioeconomia: Fomento ao turismo sustentável
Uma das grandes apostas do projeto é a Rota Turística da Bioeconomia, lançada em 2022 como parte do Plano Estadual de Bioeconomia do Pará (PlanBio). Este plano, pioneiro no Brasil, reconhece o turismo como um dos pilares produtivos prioritários para fomentar a bioeconomia e contribui para a visibilidade de negócios locais que trabalham com cadeias de valor baseadas em recursos da biodiversidade.
O envolvimento de iniciativas locais é um dos destaques do trabalho. Luz Marina, gerente de bioeconomia da Semas, explica que, no último mês de julho, uma série de visitas técnicas foi promovida a diversos bionegócios no estado. Entre os empreendimentos visitados estão iniciativas como Filha do Combu, Amazonique, Cacauaré, Da Tribu e Da Cruz Chocolates, todas demonstrando o enorme potencial de diversificação e inovação econômica da sociobioeconomia paraense.
Um dos destaques foi a Hidromel Uruçun da Amazônia, fundada por Ana Lídia Zoni. “Nosso hidromel, feito do mel das abelhas nativas, envolve o trabalho de 300 famílias parceiras. Ao mesmo tempo que fortalecemos nossas comunidades, mostramos ao mundo o potencial do nosso estado por meio da bioeconomia. É um orgulho liderar essa iniciativa”, relatou Ana.
Impacto social e ambiental significativo
Ao apoiar negócios como o da Hidromel Uruçun e os demais listados, a Semas pretende potencializar a visibilidade dessas iniciativas no cenário nacional e internacional, atraindo investidores e promovendo uma visão de futuro pautada pela sustentabilidade.
O Projeto Realiza Pará reforça, assim, o potencial da bioeconomia como ferramenta para alinhar a conservação da rica biodiversidade amazônica ao desenvolvimento social e econômico das populações amazônicas. Com uma abordagem inovadora e pagamento contínuo de benefícios à floresta em pé, o programa promete deixar um impacto duradouro para o meio ambiente e para as futuras gerações.
Fonte: Agência Pará
