A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com as gestões municipais, obteve sucesso no controle do avanço do sarampo no Pará por meio da intensificação da imunização. O último caso da doença foi registrado em janeiro de 2022, na cidade de Afuá, no Arquipélago do Marajó.
Esse resultado foi um dos destaques na Mostra da Gestão Estadual do SUS, realizada em Brasília (DF) na última quinta-feira (19). Durante o evento, que reuniu as Câmaras Técnicas de Epidemiologia e Comunicação em Saúde, foram compartilhadas experiências bem-sucedidas para recuperar as coberturas vacinais no Brasil. O objetivo do encontro foi promover a troca de experiências entre as Secretarias Estaduais de Saúde e contribuir para o esforço de aumentar as coberturas vacinais, combater a desinformação e promover a saúde pública, tendo em vista o desafio de reconstruir o Programa Nacional de Imunização (PNI).
A Sespa foi representada pela coordenadora estadual de Imunizações, Jaíra Ataíde, e pela técnica da Coordenação Estadual de Imunizações, Michelly de Souza, responsáveis por apresentar a experiência do Pará. Segundo Jaíra Ataíde, as ações de combate ao sarampo começaram em 2018, no Oeste do Pará, onde os primeiros casos da doença foram registrados. Esses casos levaram o Brasil a perder a certificação internacional de eliminação do sarampo, concedida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A baixa cobertura da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, foi apontada como a principal causa do ressurgimento do sarampo. Jaíra Ataíde ressaltou a importância de alcançar a meta de vacinar 95% das crianças de 12 meses de idade, além de aplicar o reforço da vacina tetraviral aos 15 meses.
Em relação aos números de casos de sarampo, o Pará registrou 139 casos confirmados em 2018, 371 em 2019 e, devido à pandemia de Covid-19, o número saltou para 1.871 em 2020. No entanto, graças aos esforços contínuos da Sespa e de parceiros, o número de casos caiu para 111 em 2021. Finalmente, em 2022, o Pará registrou apenas um caso confirmado de sarampo em Afuá. A busca ativa de faltosos, o bloqueio vacinal de contatos de casos confirmados, as campanhas seletivas e a vigilância nas fronteiras foram essenciais para interromper a circulação do vírus, conforme informou Jaíra Ataíde.
O trabalho realizado envolveu as áreas técnicas de Atenção Primária, Imunização e Vigilância Epidemiológica da Sespa, os Centros Regionais de Saúde e o Laboratório Central do Estado (Lacen-PA), em conjunto com os 144 municípios paraenses, e apoio do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
(Fonte: Ag. Pará)
