Setor produtivo reforça apelo ao presidente por sanção integral do novo marco do licenciamento ambiental

Setor produtivo reforça apelo ao presidente por sanção integral do novo marco do licenciamento ambiental

Mais de 50 entidades ligadas ao agronegócio, entre outras 90 representações de diferentes setores da economia brasileira, enviaram nesta quarta-feira (23) um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitando a sanção integral do projeto de lei que estabelece um novo marco legal para o licenciamento ambiental. O texto foi recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados e busca alterar normas consideradas ultrapassadas e burocráticas.

Entre os signatários do documento estão representantes do agronegócio, infraestrutura, energia e indústria, setores que enfatizam no ofício a importância do licenciamento ambiental como uma ferramenta indispensável para garantir que suas atividades sejam realizadas de forma sustentável e em consonância com a preservação ambiental.

Reivindicações do setor agropecuário

As entidades afirmam que o cenário atual é marcado por entraves burocráticos, sobreposição de competências e insegurança jurídica, gerando processos lentos que dificultam o desenvolvimento de projetos importantes. Elas defendem que o marco aprovado no Congresso Nacional corrige essas distorções ao propor a unificação das normas vigentes, criando critérios claros e técnicos para estados e municípios aplicarem as diretrizes em âmbito nacional.

O texto também destaca que a proposta foi fruto de um longo debate democrático, acumulando mais de 20 anos de discussões. Segundo os representantes, a legislação sugere avanços ao consolidar normas dispersas e oferecer simplicidade e agilidade na condução dos processos de licenciamento, sem prejuízo às questões ambientais.

“As novas regras asseguram uma base técnica e segura para os entes federativos, eliminando redundâncias e desencontros que comprometem a execução de atividades produtivas no país”, afirmam as associações em trecho do ofício.

Divergências do Ministério do Meio Ambiente

Embora o projeto tenha recebido apoio significativo do setor produtivo, há uma resistência por parte do Ministério do Meio Ambiente, que avalia que o texto aprovado pelo Congresso “não alcançou resultados satisfatórios”. O órgão não detalhou quais pontos geram preocupação, mas o posicionamento sinaliza que pode haver desacordo quanto à forma como o novo marco será aplicado e seus possíveis impactos ambientais.

Esse cenário pode levar a vetos presidenciais em partes do texto, o que, para as entidades signatárias, comprometeria os avanços defendidos pelo setor produtivo.

Contexto e próximos passos

Atualmente, o licenciamento ambiental é considerado uma barreira crítica para o desenvolvimento de projetos em áreas como o agronegócio e a infraestrutura. Diante disso, o novo marco regulatório é apontado como uma solução que traz segurança jurídica e desburocratização ao processo, estimulando novos investimentos e a geração de empregos.

As entidades reforçam que o texto construído no Congresso Nacional promove um equilíbrio entre progresso econômico e preservação ambiental e apelam para que o presidente não altere o conteúdo aprovado. A expectativa agora recai sobre a decisão de Lula, que terá o papel de definir se o marco será sancionado na íntegra ou se sofrerá ajustes pontuais.

Fonte: Agro Estadão