Vice acusado de crimes assume Prefeitura de Ananindeua em meio a escândalos na gestão

Vice acusado de crimes assume Prefeitura de Ananindeua em meio a escândalos na gestão

A política de Ananindeua, município da Região Metropolitana de Belém, vive um momento conturbado. O afastamento judicial do prefeito Daniel Santos, investigado por supostos desvios milionários na saúde municipal, levou o vice-prefeito Hugo Atayde a assumir o comando da prefeitura, mas não sem polêmica. Atayde carrega graves acusações, incluindo tortura e associação a milícia armada, lançando um manto de incerteza sobre o futuro da gestão municipal.

Polêmicas no passado do vice-prefeito

Réu em processos na Justiça comum, Hugo Atayde enfrenta acusações relacionadas à atuação em um suposto grupo de extermínio no município. De acordo com o Ministério Público, ele estaria envolvido no caso de tortura e morte de Matheus Gomes Silva, um jovem de 23 anos, ocorrido em 2019.

A investigação aponta que Matheus foi detido, torturado e posteriormente morto, após ser acusado de envolvimento em atividades criminosas. O crime teria sido orquestrado por um grupo que envolvia policiais militares e Atayde. Ainda segundo a denúncia, a vítima foi executada com tiros disparados por armas de uso exclusivo da polícia, e o grupo teria usado imagens falsas nas redes sociais para conectar o jovem ao Comando Vermelho, uma organização criminosa, como tentativa de justificar sua execução.

Apesar de o Tribunal do Júri ter rejeitado a acusação de homicídio contra Atayde, os processos por tortura e associação criminosa armada seguem em tramitação. Paralelamente, o vice-prefeito ocupou cargos políticos, como uma cadeira na Câmara Municipal e a vice-presidência do diretório estadual do PSB, ao lado do afastado Daniel Santos.

Investigações sobre desvios milionários na saúde

Enquanto isso, o agora ex-prefeito Daniel Santos é investigado por suspeita de desviar mais de R$ 261 milhões da saúde pública de Ananindeua. De acordo com o Ministério Público, grande parte desse montante teria sido direcionada por meio de contratos fraudulentos com o Hospital Santa Maria de Ananindeua (HSMA), uma instituição da qual Santos foi sócio até 2022.

Mesmo após deixar a sociedade oficialmente, a Promotoria acredita que Daniel Santos ainda exerce influência sobre o hospital, cujo faturamento teria aumentado drasticamente, passando de R$ 3 milhões para R$ 116 milhões em apenas quatro anos, impulsionado por recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Outro agravante seria a manipulação de repasses financeiros para hospitais particulares que atendem pelo SUS. Segundo as investigações, a prefeitura teria atrasado deliberadamente os pagamentos, favorecendo o HSMA e gerando um ambiente de “concorrência desleal”. Essa prática teria levado, por exemplo, ao fechamento da maternidade do Hospital Anita Gerosa, um dos mais tradicionais da cidade, devido à falta de verba.

Operação Hades: investigação avança

As denúncias são alvo da Operação Hades, conduzida pelo Ministério Público do Pará em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI). A operação investiga uma ampla rede de crimes, incluindo fraude em licitações, corrupção ativa e passiva envolvendo empresários e agentes públicos. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos locais da Região Metropolitana de Belém e em outros estados do país.

Daniel Santos, mesmo afastado da prefeitura, segue tentando impedir o avanço das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto isso, Atayde, seu vice e aliado político, assume a gestão em meio às incertezas sobre sua própria situação judicial.

Futuro indefinido na liderança municipal

A crise política e jurídica afeta diretamente o funcionamento da administração pública municipal e a percepção dos cidadãos sobre a liderança local. Tanto Daniel Santos como Hugo Atayde continuam na liderança estadual do PSB, resistindo às pressões internas e externas para renunciarem aos cargos partidários.

Com as investigações em curso e coragem política em xeque, o futuro da gestão de Ananindeua permanece incerto, marcado por escândalos que colocam em foco a necessidade de maior transparência e integridade no uso do poder público. Enquanto isso, o município, o segundo mais populoso do Pará, aguarda com preocupação os desdobramentos que podem alterar radicalmente os rumos de sua administração. ## Vice acusado de crimes assume Prefeitura de Ananindeua em meio a escândalos na gestão

A política de Ananindeua, município da Região Metropolitana de Belém, vive um momento conturbado. O afastamento judicial do prefeito Daniel Santos, investigado por supostos desvios milionários na saúde municipal, levou o vice-prefeito Hugo Atayde a assumir o comando da prefeitura, mas não sem polêmica. Atayde carrega graves acusações, incluindo tortura e associação a milícia armada, lançando um manto de incerteza sobre o futuro da gestão municipal.

Polêmicas no passado do vice-prefeito

Réu em processos na Justiça comum, Hugo Atayde enfrenta acusações relacionadas à atuação em um suposto grupo de extermínio no município. De acordo com o Ministério Público, ele estaria envolvido no caso de tortura e morte de Matheus Gomes Silva, um jovem de 23 anos, ocorrido em 2019.

A investigação aponta que Matheus foi detido, torturado e posteriormente morto, após ser acusado de envolvimento em atividades criminosas. O crime teria sido orquestrado por um grupo que envolvia policiais militares e Atayde. Ainda segundo a denúncia, a vítima foi executada com tiros disparados por armas de uso exclusivo da polícia, e o grupo teria usado imagens falsas nas redes sociais para conectar o jovem ao Comando Vermelho, uma organização criminosa, como tentativa de justificar sua execução.

Apesar de o Tribunal do Júri ter rejeitado a acusação de homicídio contra Atayde, os processos por tortura e associação criminosa armada seguem em tramitação. Paralelamente, o vice-prefeito ocupou cargos políticos, como uma cadeira na Câmara Municipal e a vice-presidência do diretório estadual do PSB, ao lado do afastado Daniel Santos.

Investigações sobre desvios milionários na saúde

Enquanto isso, o agora ex-prefeito Daniel Santos é investigado por suspeita de desviar mais de R$ 261 milhões da saúde pública de Ananindeua. De acordo com o Ministério Público, grande parte desse montante teria sido direcionada por meio de contratos fraudulentos com o Hospital Santa Maria de Ananindeua (HSMA), uma instituição da qual Santos foi sócio até 2022.

Mesmo após deixar a sociedade oficialmente, a Promotoria acredita que Daniel Santos ainda exerce influência sobre o hospital, cujo faturamento teria aumentado drasticamente, passando de R$ 3 milhões para R$ 116 milhões em apenas quatro anos, impulsionado por recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Outro agravante seria a manipulação de repasses financeiros para hospitais particulares que atendem pelo SUS. Segundo as investigações, a prefeitura teria atrasado deliberadamente os pagamentos, favorecendo o HSMA e gerando um ambiente de “concorrência desleal”. Essa prática teria levado, por exemplo, ao fechamento da maternidade do Hospital Anita Gerosa, um dos mais tradicionais da cidade, devido à falta de verba.

Operação Hades: investigação avança

As denúncias são alvo da Operação Hades, conduzida pelo Ministério Público do Pará em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI). A operação investiga uma ampla rede de crimes, incluindo fraude em licitações, corrupção ativa e passiva envolvendo empresários e agentes públicos. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos locais da Região Metropolitana de Belém e em outros estados do país.

Daniel Santos, mesmo afastado da prefeitura, segue tentando impedir o avanço das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto isso, Atayde, seu vice e aliado político, assume a gestão em meio às incertezas sobre sua própria situação judicial.

Futuro indefinido na liderança municipal

A crise política e jurídica afeta diretamente o funcionamento da administração pública municipal e a percepção dos cidadãos sobre a liderança local. Tanto Daniel Santos como Hugo Atayde continuam na liderança estadual do PSB, resistindo às pressões internas e externas para renunciarem aos cargos partidários.

fonte: Dol