Durante o mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, o Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, enfatiza a importância da prevenção do câncer de mama entre o público masculino.
Embora os homens não possuam mamas desenvolvidas como as mulheres, eles também têm tecido mamário e podem ser afetados por essa neoplasia maligna. A cada 100 mulheres diagnosticadas com câncer de mama, um homem também pode ser acometido pela doença, sendo mais comum entre os 50 e 60 anos de idade.
De 2019 a 2022, foram registrados 653 óbitos de homens por câncer de mama no Brasil. No mesmo período, o estado do Pará registrou 31 novos casos na população masculina, conforme dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS).
A mastologista Camila Loureiro, do HOL, orienta que a mamografia não é indicada como um exame de rotina para homens, mas apenas quando há queixas clínicas. A prevenção é essencial e envolve a adoção de hábitos de vida saudáveis, como evitar a obesidade, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
Em homens cisgêneros, o desenvolvimento de câncer de mama é raro e, geralmente, está relacionado a mutações genéticas específicas, como BRCA2, BRCA1, PTEN, P53 e CHEK2.
Os sinais mais comuns do câncer de mama em homens incluem a presença de um nódulo mamário, que pode surgir tanto na região central da mama (atrás do mamilo) como em outras partes da mama. Além disso, o câncer pode se manifestar como secreção pelo mamilo, geralmente transparente ou com aspecto sanguinolento, feridas que não cicatrizam na região ou aumento dos linfonodos (ínguas) nas axilas.
Loureiro também alerta para a ocorrência do câncer de mama em homens transgêneros, que eram designados como meninas ao nascer, mas passaram pela transição de gênero. Nesses casos, os fatores de risco estão relacionados aos mesmos que afetam a população feminina, como mutações genéticas, obesidade, uso de hormônios para evitar gravidez ou tratar sintomas de menopausa, entre outros.
Em relação à prevenção, mulheres e homens transgêneros que não passaram por mastectomia, não apresentam sintomas e não têm histórico familiar de câncer devem realizar a mamografia anualmente a partir dos 40 anos. Qualquer pessoa, independente de gênero e idade, que apresentar sintomas, deve ser submetida à mamografia.
De acordo com um estudo do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2015, baseado em registros hospitalares, os homens tendem a ser diagnosticados em estágios avançados da doença. Isso leva a tratamentos mais agressivos com menores taxas de resposta positiva. O prognóstico está diretamente ligado ao estágio de desenvolvimento do câncer no início do tratamento, sendo que estágios mais avançados têm menores taxas de cura.
A especialista enfatiza que o câncer de mama em homens é frequentemente descoberto tardiamente, seja devido à falta de conhecimento sobre o próprio corpo, ao desconhecimento de que os homens também podem desenvolver a doença ou a constrangimentos, entre outros fatores.
O tratamento do câncer de mama em homens é realizado de forma individualizada, considerando as características do tumor e as particularidades do paciente. Pode incluir cirurgia conservadora ou mastectomia (mais comum em homens), radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo com medicamentos específicos para combater as células tumorais responsáveis pelo desenvolvimento do tumor e hormonioterapia. A escolha do tratamento depende da análise do caso pela equipe multidisciplinar de saúde.
(Fonte: Ag. Pará)
